domingo, 1 de fevereiro de 2009

Eutanásia

É difícil falarmos sobre eutanásia, eu a considero um assunto como o aborto. Sempre tem um porém, um mas, um porque. Mas o que gostaria hoje é de contar minha experiência com a eutanásia. Há duas semanas, fui ao CCZ de São Paulo resgatar um dálmata de oito anos, que vocês já conhecem, a quem chamei de Bugu. Enquanto esperava a 'liberação do animal', um carro de táxidog estacionou dentro do CCZ e desceu um rottwailler com aparência cansada. Deitaram-no em uma mesa, em uma sala ao lado da recepção. O que viria a seguir, eu não imaginei. Com a inocência de uma recém-protetora, imaginei que o atenderiam, pois parecia um pouco mal.

Uma funcionária foi mexer nele e quase levou uma mordida, ele estava arisco, mas tinha uma focinheira. Ouvi, de longe, alguém perguntando ao "dono" quantos anos o cachorro tinha, e a resposta foi 15. Imaginei que o cão estava mal e por isso tinha sido levado ali. Como avançou na funcionária, deram-lhe uma injeção, um sedativo, imaginei. Era um sedativo para sempre. Após alguns minutos, eu ainda estava na recepção, um funcionário apareceu com um saco, depositou o cão ali e o levou embora. Fechou bem, com um nó apertado. Fiquei observado a cena pasma. Não tinha imaginado que isso aconteceria assim, na frente de qualquer um que entrasse, com a porta aberta, para todos assistirem. Fiquei chocada.

Pouco depois, consegui que o Bugu fosse liberado. Não antes de ver um irmão gêmeo do meu Sky, com cara de dócil e pata machucada, com um curativo enorme. Fiquei imaginando o que aconteceria com ele. Enquanto buscava o Bugu, uma funcionária chegou a mim e disse: Não sei como é o seu trabalho, mas você tem um veterinário de confiança que te faça preços baixos? Eu respondi que sim. Ela me disse: Há um cão aí, com a pata machucada, o homem não tem como pagar uma cirurgia, mas não posso sacrificá-lo, o cão é dócil. Eu disse que iria conversar com o cara e foi o que fiz. Tirei o Pingo da morte, graças a Deus. Vocês também já ouviram falar dele, resgatei-o junto com o Bugu e provavelmente esta semana faremos a cirurgia de amputação da patinha do meu pequeno.

Não pude salvar aquele rottwailler, cheguei tarde. Mas graças a Deus, o Pingo está em boas mãos agora. Com muita ajuda, consegui o dinheiro para a cirurgia. Meu pequeno poderá ser operado por um bom médico, que o atenderá na terça-feira graças a uma amiga que encontrei no meio da proteção. Muita ajuda fará com que meu pequeno seja curado, e a oração de vocês será essencial para sua recuperação!

Queria contar aqui a história pela qual passei, pois fui tocada a escrever isso para que todos soubessem como é viver tão perto da morte, não da própria morte, mas dos pequenos que são classificados, sem erro, como "o melhor amigo do homem".

Obrigada por todos os que ajudam, com palavras animadoras, com veterinários, caronas, hotelzinho... Sem vocês, a proteção seria muito mais difícil. Isso sim, faz toda a diferença!

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